Bastam alguns minutos sem a disponibilidade de energia elétrica para percebermos como construímos uma sociedade totalmente dependente deste insumo. Por esse motivo, é tão fundamental que seu acesso seja viabilizado para todos – e seus custos, reduzidos. Nesse contexto, utilizar a energia solar no Brasil pode ser a grande saída.
A matriz energética brasileira vem se alterando a passos largos e o destaque vai para a utilização de sistemas fotovoltaicos na obtenção de energia elétrica. O país tem todas as condições naturais favoráveis para isso.
Estudo recente do Greenpeace denominado “Alvorada – Como o incentivo à energia solar fotovoltaica pode transformar o Brasil” avaliou, para diferentes cenários, a adoção de políticas públicas de fomento à energia solar, para o período de 2015 a 2030. Veja, a seguir, os principais resultados.
Diversos cenários simulados
Este estudo foi conduzido simulando cenários diferenciados, referentes a estímulos dos governos nas três esferas:
- O Brasil continua o mesmo;
- FGTS utilizado para aquisição de sistemas fotovoltaicos;
- ICMS menor em todos os estados;
- IPTU menor para geradores de energia solar;
- Menores tributos para sistemas fotovoltaicos;
- Nova Resolução Normativa;
- Melhor Brasil (adoção conjunta das medidas).
Segundo o Greenpeace, “todas as medidas levantadas no estudo são factíveis e de responsabilidade dos governos municipais, estaduais e federal”.
Veja, abaixo, os efeitos de tais medidas:
Imenso aporte de energia elétrica
A energia solar, hoje, contribui com apenas 0,02 % da matriz elétrica brasileira. O potencial de produção de eletricidade a partir de energia solar no Brasil, porém, corresponde ao dobro do que o país consome anualmente.
Toda essa energia poderia ser gerada com maiores incentivos fiscais e tributários, entre outros, como avaliou o estudo.
As instalações para a produção fotovoltaica poderiam localizar-se nas próprias residências, prédios e centros comerciais que seriam ainda mais valorizados por isso. A produção de cada uma atenderia às próprias demandas e o excedente poderia ser disponibilizado (vendido) para o sistema distribuidor.
Preservação de recursos naturais
O setor elétrico brasileiro tradicionalmente adotou a construção de grandes usinas hidrelétricas. Esse modelo, no entanto, é responsável pela inundação de grandes áreas, muitas vezes, habitadas por colonos, ribeirinhos e populações indígenas.
Além dessa desocupação forçada dos assentamentos humanos, ocorre a perda irreparável de uma imensa biodiversidade não recuperada.
Por outro lado, a redução de gases do efeito estufa que se alcançaria no melhor cenário, com a substituição por energia solar, seria da ordem de 25% do emitido pelo setor energético em todo o ano de 2014 no país.
Geração de milhares de empregos
Um ganho muito significativo e de elevado impacto imediato seria a geração de empregos, com o fomento da utilização de energia fotovoltaica para a produção, instalação e manutenção dos sistemas. Nesse cenário (Melhor Brasil), prevê-se a criação de mais de 2 milhões de novos empregos diretos.
Da mesma forma, outros 2 milhões de novos empregos indiretos também seriam gerados.
Estímulo à economia do setor
Os efeitos diretos observados no estudo do Greenpeace apontaram para incremento no número de empregos, como visto, mas também na produção, na massa salarial e na arrecadação considerando a própria cadeia fotovoltaica.
Além desses efeitos diretos, o estudo acusou os efeitos positivos em outros setores da economia, principalmente entre os fornecedores de insumos para a cadeia produtiva em questão.
Dessa forma, o fomento à utilização da energia solar no Brasil será responsável por trazer inúmeras transformações econômicas e socioambientais, seja acrescentando vantagens, seja amenizando danos resultantes do atual modelo energético.
Você já havia pensado nisso? Deixe seu comentário sobre o que achou deste estudo.