Em Paris, neste fim de semana, representantes de 195 países finalizaram a COP-21 de forma histórica: assinaram um acordo global a fim de frear o aquecimento da terra. Depois de iniciativas relevantes, como o fundo encabeçado por Bill Gates e a Aliança Internacional da Energia Solar, a conferência que discutiu o clima no planeta acabou em comemoração, depois de dias de negociações e ajustes no documento final.
Balanço da COP-21
Apesar do término com êxito, é preciso ter os pés no chão, pois a situação atual é gravíssima e a COP-21 é apenas um pequena luz no fim do túnel. O acordo, aprovado por unanimidade, prevê o combate à elevação da temperatura, que não deve passar de 1,5°C. No entanto, o texto não esclarece pontos sobre a porcentagem de corte de emissão de gases-estufa necessária e nem quando determina quando essas emissões precisam parar de subir. Provavelmente por conta disso, também estão previstas revisões do texto e das metas a cada cinco anos.
A busca por soluções energéticas sustentáveis e com menos queima de combustíveis fósseis passará por países em desenvolvimento se esforçando para mudarem suas matrizes energéticas, mas com prazos mais esticados, e nações ricas investindo 100 bilhões de dólares por ano em medidas que desacelerem o aquecimento global. Porém, não se sabe ainda como essa quantia será gasta.
Temos um acordo equilibrado, ambicioso, durável, juridicamente obrigatório e justo, respeitando as diferenças de capacidade e responsabilidade – Laurent Fabius, presidente da COP-21
O acordo entra em vigor em 2020. Sua assinatura foi vista como exemplo de negociação e diplomacia, já que vários países abriram mão de interesses em prol de uma global mais eficiente. O documento, de apenas 31 páginas, teve presença importante do Brasil, dizem analistas, já que o país ficou encarregado de ser um facilitador de diálogos entre nações ricas e pobres, costurando uma importante relação para alcançar um consenso que seria decisivo nas negociações.
Depois de um trabalho exaustivo na aprovação do texto, a maioria comemorou e o clima era de animação e otimismo, mas ambientalistas fazem críticas, argumentando que o pacto ainda está longe de ser ideal – mas que é um começo inegável, em direção a um mundo mais sustentável.