O último relatório da EnergySage mostra que o setor residencial tem se tornado mais transparente e mais amigável para o consumidor e para empresas solares.
Por Katie Fehrenbacher, traduzido por Luiz Coutinho.
Pode até ser um ano lento para algumas empresas de energia solar nos EUA devido às mudanças políticas recentes, mas é um ótimo momento para ser um consumidor solar.
Os preços dos painéis solares continuam a cair, os consumidores têm um número cada vez mais crescente em opções de financiamento e fornecedores de equipamento, e há mais transparência do que nunca na indústria solar dos Estados Unidos, de acordo com o novo relatório da empresa de comparação de dados e energia solar EnergySage.
“Tradicionalmente, a indústria tem sido bastante opaca, e foi difícil para o consumidor saber o que deveria pagar”, disse Vikram Aggarwal, fundador e CEO da EnergySage. No entanto, isso está mudando à medida que a indústria amadurece, e agora estamos entrando em “momentos muito emocionantes para um consumidor de energia solar”, disse ele.
O novo relatório descobriu que o preço da energia solar diminuiu consideravelmente entre o primeiro semestre de 2016 e o segundo semestre de 2016. O preço por watt dos sistemas de energia solar nos EUA baixou 6,25% entre o primeiro e o segundo semestre do ano, de acordo com EnergySage. A empresa tira suas informações de um banco de dados de cotações de instaladores solares em todo o país.
Alguns estados viram maiores declínios do que outros, dependendo dos incentivos disponíveis e do status atual da indústria solar de um estado. Por exemplo, a Virgínia viu os preços per-watt caírem de US$ 3,51 para US$ 3,02. Outros estados como o Arizona e a Califórnia viram quedas de preços menores, mas têm oferecido esses preços baixos por algum tempo. Por exemplo, a maioria das cotações solares oferecidas no Arizona caiu abaixo de US$ 3,00 por watt, afirma o relatório.
Fonte: EnergySage
Os preços decrescentes podem ser devidos a vários fatores, como o aumento da concorrência do instalador solar, o contínuo declínio no custo do equipamento solar e o menor custo trabalhista à medida que as técnicas de instalação e as tecnologias do balanço de sistemas melhoram.
Ao mesmo tempo, os instaladores solares estão começando a reduzir os gastos com a aquisição de clientes, pois enfrentam vendas potencialmente planas ou declinantes este ano. Tesla disse recentemente que a SolarCity não usaria mais as táticas de venda porta-a-porta e que se concentraria nas vendas online.
Aggarwal diz que essa é provavelmente uma boa pedida. Ao longo dos últimos anos, alguns instaladores gastaram enormes quantias de dinheiro em clientes de baixo potencial ou batendo de porta em porta. “Não tenho certeza de que isso tenha ajudado a indústria ou seja vantajoso à longo prazo. Existe uma maneira melhor de comercializar energia solar, fornecendo as informações certas no momento certo e focando on-line”, disse ele. O relatório da EnergySage descobriu que a maioria dos consumidores quer uma experiência de compra solar que comece pela web.
Há também mais opções de financiamento. Diferente do Brasil, nos EUA é comum que haja um investidor responsável por vender a energia gerada para consumidores. Nos últimos anos, clientes da EnergySage optaram por adquirir sistemas, em vez de contratar o de terceiros. O número de clientes solares que desejam um contrato de arrendamento ou compra de energia (ao contrário de possuir os painéis) caiu de 8,4% em 2015 para 4,8% em 2016.
Como resultado, há crescimento no número de empresas de empréstimo que oferecem opções aos consumidores. Dois anos atrás, apenas dois provedores de empréstimo (Sungage Financial e Admirals Bank) constituíam 53,7% do financiamento do empréstimo oferecido em cotações solares.
Mas no segundo semestre de 2016, esses dois fornecedores de empréstimo caíram para 17,8% do mercado. Outros provedores de empréstimos solares competitivos agora incluem Dividend Solar, Solar Mosaic e Spruce Financial.
Fonte: EnergySage
Com mais opções e ofertas, os consumidores solares devem fazer sua lição de casa antes de fazer uma compra – e por uma boa razão. Um novo estudo NREL, que usou dados de cotação da EnergySage, descobriu que as estimativas de grandes instaladores são 10% maiores do que as cotações de instaladores menores.
A indústria solar nos EUA ainda tem muito espaço para amadurecer e crescer. O cliente típico é uma classe média, média ou alta, um proprietário e geralmente masculino. Há, no entanto, muitas outras classes de clientes. (GTM Research e PowerScout analisaram recentemente os níveis de renda dos clientes solares e descobriram que 70% são de renda média).
Aggarwal pensa que a indústria solar pode fazer melhor quando se trata de crescimento e vendas: “Eu acho que se a indústria funcionar corretamente, ela pode crescer dramaticamente mais rápido do que tem feito até agora”.
Fonte: Green Tech Media
