Empresas públicas também precisam controlar seus gastos com energia. As mudanças de paradigma no setor têm evidenciado que sustentabilidade, financeira ou ambiental, necessariamente passa por controle de gastos. Além disso, uma das diretrizes do Programa de Desenvolvimento da Geração Distribuída de Energia Elétrica (ProGD) é incentivar o uso de energia solar em obras públicas.
Reforçando a tendência, a PL 317/2015, ainda em tramitação, pretende obrigar o uso de sistemas de captação de energia solar em prédios da União. Veja no post a seguir como isso está ajudando o setor a inovar no quesito energia renovável.
1. Energia solar em obras públicas de Saúde
Os estados do Rio Grande do Sul e Maranhão já se beneficiam da energia solar fotovoltaica em suas instalações. O hospital Ana Nery, no RS, contou com financiamento de R$ 1,2 milhão e pretende reduzir em 25% o preço pago na conta de energia, estimado em R$ 100 mil mensais.
Em São Luís, o Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA) instalou painéis solares fotovoltaicos em alguns de seus telhados. Com isso, o HU-UFMA se tornou o primeiro integrante da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) a utilizar um sistema de porte significativo, uma vez que a produção diária corresponde a 50% de consumo da energia elétrica dos prédios em questão. Mediante o sucesso da iniciativa, o HU-UFMA já prevê a expansão do sistema para outras áreas do complexo hospitalar.
2. Iluminação pública
Em alguns municípios brasileiros, usar a energia solar para iluminar as ruas já é um a realidade. A cidade de Campinas, em São Paulo, é um exemplo disso. A maneira como isso é feito é através da instalação de postes integrados com placas fotovoltaicas individuais. Outros dispositivos, tais como radares de fiscalização de trânsito, também já contam com a tecnologia solar.
Inicialmente pensados para aplicação em áreas mais remotas, os postes de iluminação fotovoltaicos agora estão chegando às cidades. O projeto de iluminação pública com postes solares requer planejamento técnico específico. Porém, a base de seu sistema de funcionamento é o mesmo de todos os demais sistemas de autogeração: módulo solar, controlador de carga, bateria e inversor.
O conjunto é, em geral, instalado em postes de concreto ou ferro galvanizado. As lâmpadas devem atender a critérios específicos regulamentados em normas pertinentes.
3. Aeroportos sustentáveis
Os aeroportos são instalações que consomem enorme volume de energia, além de ocuparem grandes áreas. Ou seja, causam grande impacto no ambiente e têm custos elevados com energia elétrica. A maioria dessas construções é dividida em áreas, cada uma com seu perfil de consumo.
Por essa razão, a configuração das instalações dos sistemas fotovoltaicos em cada aeroporto será diferente. Portanto, a análise da viabilidade técnica e econômica da instalação de placas fotovoltaicas deve levar em conta o perfil do aeroporto em questão, bem como sua potência instalada e consumida.
Estudos comprovam que o gasto com eletricidade a partir da concessionária pública pode reduzir em até 100% com a instalação de placas fotovoltaicas em aeroportos.
O retorno do investimento varia caso a caso, mas oscila em torno de 7 a 14 anos. Assim, a implantação de módulos fotovoltaicos em aeroportos é viável economicamente.
A Índia foi pioneira ao inaugurar um aeroporto inteiramente movido a energia solar. Por sua vez, o Brasil está em terceiro lugar no levantamento feito pela Organização Mundial das Nações Unidas, em termos de crescimento de investimentos em energia solar. O potencial de expansão no setor é enorme.
4. Energia solar no setor de Educação
Outro setor que tem recebido incentivos para a implantação de energia solar fotovoltaica é o de Educação. Escolas e universidade públicas têm recebido incentivos financeiros e fiscais para implantar os sistemas em seus prédios. Em 2017, 40 escolas municipais do Brasil foram beneficiadas pelo repasse de dinheiro específico para a instalação de placas fotovoltaicas.
Outras iniciativas de incentivo para a energia solar estão sendo promovidas nesse setor. Exemplo disso é o caso da Universidade Federal do Paraná, que terá a maior usina fotovoltaica do estado. O projeto foi financiado pela Companhia Paranaense de Eletricidade (Copel). Estima-se uma economia anual de R$ 473 mil com a energia solar nesse caso.
Conforme pudemos notar, gerenciar as contas públicas requer controle sobre o uso dos recursos. É com esse entendimento que a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou o PLS 317/2015, que tem o objetivo de tornar obrigatória a instalação de sistemas de captação de energia solar e de captação, armazenamento e utilização de águas pluviais deverão ser instalados em prédios públicos de uso da União – em construção, alugados ou em reforma.
Assim, a energia solar em obras públicas está trazendo várias possibilidades de transformação. A principal delas é a gestão eficiente dos recursos públicos. Nesse sentido, a sustentabilidade ambiental acaba sendo inseparável da financeira.
A rigor, ser sustentável é usar inteligentemente os recursos, que são escassos, de modo a assegurar o crescimento realista de qualquer empreendimento. Ainda que haja diferenças significativas caso a caso, as boas práticas de gestão são válidas para o setor público e para o privado.
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