As vantagens da geração distribuída de energia são reais, porém muitos ainda não tem consciência disso pois estão acostumados à geração convencional.
Quando falamos em geração convencional de energia, normalmente nos referimos à chamada geração centralizada, em que a atuação de grandes centrais — como hidrelétricas e termelétricas — é necessária, além de uma rede de linhas para transmitir e distribuir a energia, fazendo com que se alcance o consumidor final.
A geração distribuída, por sua vez, diz respeito à geração elétrica realizada por consumidores independentes, em várias centrais distribuídas geograficamente, como é o caso das microcentrais fotovoltaicas.
Nesse cenário, o que nem todo mundo sabe é que essa geração alternativa de energia conta com inúmeras vantagens sobre a tradicional, sendo benéfica tanto para o usuário como para o meio ambiente.
Quer saber mais sobre a geração energética distribuída e os motivos que a tornam mais sustentável e eficiente? Então confira:
O conceito de geração distribuída
De forma mais elaborada, a geração distribuída — ou GD — é a produção descentralizada de energia no próprio local ou nas proximidades de onde tal energia é utilizada.
Para esse tipo de produção, normalmente os consumidores independentes utilizam fontes renováveis de energia, tais como a energia solar, a eólica, a biomassa e a hidráulica.
Na GD, a geração de energia é dividida em minigeração — de potência instalada que vai de 101kW a 1MW — e microgeração — potência igual ou menor a 100 kW — distribuídas em um sistema que abrange geradores de emergência, painéis fotovoltaicos, geradores que operam em horário de ponta e pequenas centrais hidrelétricas (PCH).
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As vantagens da geração distribuída
Na geração distribuída, a redução da necessidade de linhas de transmissão de energia e o caráter descentralizado do sistema fazem com que os custos e impactos ambientais próprios da geração convencional sejam evitados.
Confira aqui algumas das vantagens:
Redução de perdas elétricas
Na geração distribuída, os ganhos são compartilhados pelas distribuidoras de energia e consumidores.
Com a redução da sobrecarga das linhas de transmissão, reduzem-se as perdas pelo chamado efeito joule, que afeta a geração convencional.
Isso sem contar que o custo de materiais, construção e trabalho envolvido no desenvolvimento da rede de transmissão também é eliminado.
Confiabilidade dos microgrids
Em se tratando de confiabilidade na geração energética, os chamados microgrids são um conceito que vale a pena ser explorado como possibilidade vantajosa da geração distribuída.
Microgrids são sistemas de distribuição de energia que contam com fontes próprias de geração, cargas controláveis e dispositivos de armazenamento.
Assim como podem ser operados em conexão com a rede principal de energia, também podem funcionar isoladamente, atendendo às necessidades de determinada localidade.
É importante ressaltar que essas redes isoladas possibilitam o aumento da confiabilidade da qualidade e do fornecimento da energia gerada, inclusive com o potencial de incluir fontes renováveis na matriz energética e minimizar as perdas elétricas do sistema.
Operando de forma independente de grandes fontes centralizadas, os microgrids são um passo importante para aumentar a estabilidade energética em casos de intempéries e riscos de blackout, constituindo-se em uma tecnologia mais avançada que os painéis solares isolados e os sistemas de backup de emergência.
Diminuição de investimentos
Uma vez que a geração de energia é descentralizada, o sistema distribuído também reduz os investimentos em redes de transmissão, incluindo-se aí os gastos para a interligação regional e a distribuição da energia centralizada.
Agilidade ao atender a demanda
A geração distribuída demanda menos complexidade tanto na liberação como no licenciamento para a implantação de projetos, além de precisar de prazos menores para sua devida instalação.
Minimização de impactos ambientais
A GD reduz impactos ambientais advindos da construção de reservatórios e de longas linhas de transmissão para transporte de energia. Isso sem falar nas hidrelétricas!
Grandes hidrelétricas — como as de Itaipu e Furnas, por exemplo — são conhecidas por seus graves impactos, como o alagamento de extensas regiões ou até mesmo cidades inteiras, afetando fauna, flora e microclima regionais.
Outra vantagem da produção descentralizada de energia é o aproveitamento dos recursos renováveis locais, já que os produtores operam com fontes de impacto ambiental bastante reduzido, como no caso da energia eólica e solar, promovendo uma geração ecologicamente correta e benéfica do ponto de vista econômico.
Tendência mundial, a geração distribuída de energia aponta para um sistema energético de mais eficiência, mais sustentabilidade e menos custos, beneficiando igualmente distribuidoras e consumidores.
O cenário parece promissor, não é mesmo?
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Muito interessante esta ideia.
Perguntas:
1) O excesso de energia que o consumidor gerar ele poderá vender pra Cemig?
2) Em caso positivo, qual é o valor do Kwh pago pela Cemig?
3) É equivalente ao valor do Kwh pago atualmente pelos consumidores?
4) Como fica a geração à noite e em dias nublados?
Olá João,
Todas essas questões colocadas são respondidas entendendo o sistema de compensação de energia (visite https://www.solarvoltenergia.com.br/geracao-distribuida/ para mais informações)
O excesso de energia gerado durante o dia é enviado para a rede elétrica da Cemig e registrado por um medidor bidirecional de energia que será instalado. Esse excesso de energia vira créditos que são utilizados para abater do consumo registrado durante o período noturno (em que não há geração) ou em dias em que a geração é baixa (como em dias nublados). A sua conta pode ser reduzida até um valor mínimo, correspondente ao custo de disponibilidade, que vale 30kWh para instalações monofásicas, 50kWh para instalações bifásicas e 100kWh para instalações trifásicas.