Desde os primórdios da civilização, o homem tem buscado formas de harnessing a energia ao seu redor, usando-a para beneficiar sua vida cotidiana e aprimorar seus padrões de vida. No contexto atual, com as crescentes demandas de energia e as preocupações ambientais em alta, o Brasil está passando por uma transformação energética. No centro desta transformação está a energia solar, que se tornou um dos pilares do setor energético do país.
Historicamente, o Brasil tem confiado fortemente em hidrelétricas para atender às suas necessidades energéticas. A geografia do país, repleta de rios e bacias, permitiu que a hidroeletricidade florescesse. No entanto, com as mudanças climáticas e o impacto ambiental das barragens, o foco começou a se deslocar. A energia solar, até recentemente vista como uma alternativa secundária, está agora liderando a vanguarda da revolução energética no Brasil.
Em agosto, as estatísticas deram um panorama claro da direção em que o país está caminhando. Com a capacidade instalada de geração distribuída atingindo 23 GW, a energia solar agora representa uma impressionante contribuição de 11% à potência total instalada do Brasil. Colocando isso em contexto, o total geral do Brasil é de 210,7 GW. Este rápido crescimento colocou a energia solar atrás apenas das hidrelétricas e da energia eólica.
Mas, o que exatamente levou a essa rápida ascensão da energia solar? A resposta é multifacetada. Primeiramente, a tecnologia solar tem se tornado mais acessível e eficiente. Os avanços na tecnologia de painéis fotovoltaicos significam que eles são mais eficazes na conversão da luz solar em energia. Além disso, os custos de instalação diminuíram, tornando a energia solar uma opção viável para mais pessoas.
O modelo de geração distribuída é outro fator crucial. Diferentemente do modelo de geração centralizada, onde a energia é produzida em um local e distribuída, a geração distribuída permite que os consumidores produzam sua própria energia, muitas vezes em suas próprias propriedades. Isso não só reduz os custos, mas também dá mais autonomia aos consumidores.
O incentivo governamental e o financiamento também desempenharam um papel importante. Dados da ABSOLAR indicam que, desde 2012, a energia solar atraiu investimentos da ordem de R$ 115,8 bilhões. Estes investimentos têm sido a força motriz por trás do estabelecimento de cerca de 2,1 milhões de sistemas solares fotovoltaicos em todo o país. E não é apenas o setor privado que está colhendo os benefícios. Os cofres públicos viram uma injeção de R$ 30,2 bilhões graças ao setor solar.
Os benefícios socioeconômicos da energia solar no Brasil também são dignos de nota. A indústria criou mais de 690 mil empregos desde 2012. Estes números são testemunho do papel vital que a energia solar desempenha na economia brasileira.
Além dos aspectos econômicos, a energia solar também está contribuindo para uma mudança social. Projetos como o do Conjunto Habitacional Paulo Freire, em São Paulo, são exemplos de como a energia solar está impactando positivamente a vida das comunidades. Com a instalação de painéis solares, as famílias não só têm acesso a uma fonte de energia limpa, mas também são incentivadas a administrar e monitorar sua própria geração de energia.
O futuro parece ainda mais brilhante com iniciativas globais, como a do Google, que está introduzindo a Solar API no Google Maps. Este modelo de IA tem o potencial de revolucionar a maneira como vemos a energia solar, permitindo que empresas e indivíduos determinem o potencial solar de edifícios com base em imagens aéreas e padrões climáticos.
Em resumo, a energia solar no Brasil está mais do que apenas em ascensão – ela está se estabelecendo como uma das principais forças na paisagem energética do país. Seja por meio de investimentos, inovações tecnológicas ou benefícios socioeconômicos, a energia solar está pavimentando o caminho para um futuro mais brilhante e sustentável para todos os brasileiros.
